Hoje, entre 16 e 17 horas, Ricardo Mello, brasileiro que ocupa o 127ª colocação no ranking mundial de tênis, entra em quadra para enfrentar ninguém menos que Rafael Nadal, 2º tenista do mundo, que recentemente venceu o quase imbatível Roger Federer no Master Series de Indian Wells. A chance de Mello vencer, reconheçamos, é ínfima. Ao passar para a segunda rodada em Miami, o brasileiro teve seu melhor resultado nos últimos dois anos, vencendo o tcheco Jan Hernych, nº 72 do ranking da ATP, por 2-0. Foi bacana mas não é exatamente uma credencial definitiva para uma vitória sobre o espanhol, apesar de eu saber que esporte individual reserva, às vezes, alguma surpresas. Vai que Nadal hoje tenha uma bolha no pé? Vai que Mello tenha acordado inspiradérrimo? Tudo é possível. O insuportável, em uma improvável vitória de Ricardo Mello, será ver e ouvir William Bonner - e seus colegas de outras emissoras -, abrirem aqueles sorrisos idiotas e vitoriosos depois de nenhum jornal, TV ou rádio ter dado destaque ao jogo de hoje. Não achei a transmissão da partida na programação de emissora alguma. Aberta ou fechada. E se ganhar já vejo tudo: "Tenista brasileiro vence nº 2 do mundo"..."Esperança do tênis brasileiro vence nos EUA"... e mais uma vez virão matérias relembrando Maria Esther Bueno, Thomás Koch e as vitórias de Guga. Enquanto isso não acontece, Ricardo de Mello vai jogar em silêncio total. E de tênis, hoje, "manchetamos" que Guga, no mesmo torneio, perdeu nas simples e ganhou o consolo de jogar em duplas com um adolescente japonês. Também foi amplamente divulgada a criação de uma "vaga biônica" para Guga representar o Brasil na Davis. Ao menos na minha clipagem, é a vitória do nome contra os fatos. São as prioridades brasileiras mais uma vez em campo. Ou melhor, em quadra.
Obs.: Quase ninguém lê este blog. Eu só escrevi isso pra depois acreditarem que eu previ tudinho.