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Ratinho e o milagre da ressurreição

Ratinho homenageando Chacrinha. Uau!!! A coisa mais engraçada que vi nos últimos tempos.

Sábado fui ao cinema para ver A Vida em Preto e Branco e quando saí de sessão (não entro em detalhes para não invadir a seara do colega Ney) tenho a grande idéia de telefonar para uma amiga que diz: “venham para cá... estou esperando”.


Ela não mora muito perto do centro da cidade mas a viagem, longa, valeu a pena. Chegando lá ela, ao ouvir o carro estacionando, abriu a porta e gritou: “Márcia, entra correndo. Sua coluna da próxima semana está passando na TV”!!!!


Entro e olho para aquele monstro de 29 polegadas que ela tem na sala. Os alto-falantes tremem.  “Ainda ontem chorei de saudade...”


Está no ar... Ratinho homenageando Chacrinha. Uau!!! A coisa mais engraçada  que vi nos últimos tempos.


Por conta do lançamento de um CD que reúne aqueles que seriam os cantores favoritos do Velho Guerreiro, Ratinho conseguiu juntar o que estava completamente esquecido.


Ratinho é Deus e ressuscitou os mortos!!!


Que eu lembre estavam lá Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, The Fevers, Jair Rodrigues, Sidney Magal, Vips e... pasmem... Luiz Américo e Odair José. E Luiz Américo de boné, como sempre. Só faltou Márcio Greyck, se é que também não ressuscitou e eu perdi.


Ratinho estava vestido a caráter, estilo Chacrinha, mas o melhor eram suas “chacretes”. Perfeitas. A mesma coreografia de quinta categoria, as mesmas caras-e-bocas, a mesma falsa-loirice.


Mais engraçado ainda era o ignóbil roedor repetindo a todo instante: “isto é uma homenagem. Ninguém aqui está querendo tomar o lugar do Chacrinha, que é insubstituível”.  Dizia a frase a cada bloco do programa, previamente ressabiado com as crítica que antevia.


Definitivamente foi muito engraçado ver todos aqueles “astros” desfilando na telona da minha amiga. A única ressalva ao programa tem a ver com a filha de 12 anos da minha amiga, a Mayã. Não parava de reclamar. Dizia que Chacrinha deveria ser um chato pra gostar daqueles artistas.


Não era de se esperar que Ratinho pudesse mostrar a dimensão do que foi Chacrinha, e menos ainda que conseguisse levar a seu programa um outro time de artistas do qual ele também seguramente gostava e que não estava ali.


Ele gostava do Rei, gostava de Chico, Caetano, Gil, Bethânia, Gal, Djavan, Legião Urbana, Barão, Paralamas, Ultraje... Mas aí o problema é do Ratinho, que não tem o cacife que tinha Chacrinha.


Ou Gilberto Gil cantaria: “alô alô seu Ratinho... aquele abraço”