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Novela educativa

Globo é a maior fatia no bolo publicitário das campanhas do Ministério da Saúde... nos programas jornalísticos vive falando em AIDS... e em suas novelas as moças engravidam, provavelmente por não usarem camisinha.

Beth (Viviane Pasmanter) está grávida na novela Andando nas Nuvens. O filho, atribuído a Arnaldinho (Márcio Garcia), também poderia ser do fotógrafo Raul (Marcelo “marido da Letícia Spiller” Novaes).


Já viram esta? A Globo é a maior fatia no bolo publicitário das campanhas do Ministério da Saúde... nos programas jornalísticos vive falando em AIDS... e em suas novelas as moças engravidam, provavelmente por não usarem camisinha.


Moça de sorte a Beth!!! Transar com dois “galinhas” altamente promíscuos daqueles e só engravidar é uma dádiva.


Porque não integrar a camisinha aos cenários românticos das novelas, já que são os programas de maior audiência? Confiná-la ao jornalismo e à publicidade é pouco.


E associá-a aos estereótipos dos antigos grupos de risco também. Em Suave Veneno, por exemplo, foi mencionado num capítulo que era preciso que o personagem Leozinho se cuidar. Ele disse que não saia sem “a borrachinha”. É uma avanço.. mas só os michês, ocupação do talzinho, devem usá-la?


Repito... é preciso integrá-la ao cenário romântico. Paixão, romantismo , amor não são antídotos.


Fórmula esgotada


Você sabe que um programa já deu todo o pouco que tinha que dar quando começa a apelar para idéias tão estapafúrdias quando cretinas. Num dos últimos Você Decide o tema era: você continuaria uma relação mesmo sabendo que seu amorzinho é um lobisomem?


Se eu fosse uma freudiana convicta, daquelas que encontra significado em tudo o quê vê, eu ainda poderia argumentar que na verdade o lobisomem apresentado nada mais é que um símbolo para manifestações psicóticas. Poderia acreditar que na verdade o lobisomem proposto é na verdade, por exemplo, um maníaco como o do parque... ou um fetiche da moça.


Mas além de não ser freudiana... falta qualidade ao programa para creditarmos a ele qualquer espécie de tentativa de significado.


E o pior está por vir... Luciano Szafir foi anunciado como o novo apresentador do programa.


Debate literário


Luiz Fernando Veríssimo e João Ubaldo andaram recentemente escrevendo crônicas sobre a televisão. Falavam ambos sobre a falta de qualidade dos programas da TV aberta e, um deles, anunciou o surgimento dos “sem-TV-a-cabo”, deixarando a impressão de que há um “mundo melhor” correndo por cabos e antenas pizza.


Isto é uma parcial verdade. A TV por assinatura consegue ser melhor e pior ao mesmo tempo. Há alguma coisa legal mas muita porcaria também... igualzinho a sua “irmã” aberta.


O que acontece é que com 100 canais chegando a sua casa é natural que os programas com alguma qualidade aumentem na mesma proporção. Claro... se você tem mais canais é normal que isto ocorra.


Mas alguns canais intelectualmente aceitos como bons são, na verdade, quase bons. É legal um canal de documentários? Depende. Se rolarem o dia inteiro temas sobre nazismo, a vida dos guepardos, o segredo da tribo sei-lá-o-que”...  aí é um porre. Interessan6te de vez em quando, mas insuportável depois de passada a novidade.


E novidade, cá entre nós, é o que menos existe na TV paga, que sobrevive vive à base da repetição, nos fazendo pagar pela mesma coisa. E mudam a grade sem qualquer anúncio, deixando você sem entender porque um personagem determinado está mais jovem agora do que no episódio passado de sua série favorita.


Na verdade a TV aberta não é tão pior que a outra. Como disse... é só uma questão de proporcionalidade. Eu não acharia justo comprar 100 blusas para gostar de 10... o mesmo com canais.


A TV paga deveria ser toda separadinha e você só compraria os canais de seu interesse.