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After Hours

Pelo fim dos feriados e festividades. Me sinto na madrugada de pânico do filme "Depois de Horas", do Scorcese.

No meio da década de 80, precisamente em 85, Martin Scorcese lançou o filme After Hours (Depois de Horas). Toda vez que entro em uma roubada, pesadelo ou que sou vítima de um dos enunciados da Lei de Murphy, lembro desta película que nada mais é que uma narrativa sobre os horrores pelos quais a pacata personagem de Griffin Dunne passa durante uma, apenas uma, madrugada nova-iorquina.


Dunne é um tranquilo trabalhador que sai para encontrar um "mulherão". A partir daí tudo dá errado. Uma sucessão de trapalhadas e apuros tomam conta da vida do sujeito, numa espécie de trem fantasma real pelo bas-fond moderno de então. O cenário montado por Scorcese é tão angustiante e perigoso que Paul, a tal personagem, só nos mostra um momento de contentamento: quando roto, sujo e acabado finalmente, ao amanhecer, consegue retornar para seu cotidiano medíocre no escritório. Ó céus! Tudo o que ele queria era voltar para sua modorrenta e confortável vidinha.


E porque fui me lembrar deste filme em tempos tão festivos?


Não sei se pelo menisco em vias de operar, o AVC da sogra, a síndrome de pânico que mora ao lado ou o recém descoberto tumor de uma amiga. Seria o estágio final da construção da casa (obra) o que me jogaria neste universo dantesco?


Não sei mesmo.


Mas eu quero que passe logo este feriado de pânico. Pra mim e pra todo mundo.