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Olhar a vida em retrospecto fez com que hoje mais uma vez eu risse de mim mesma. Ri com carinho e admiração, felizmente.

Quando bem nova enviei duas cartas pedindo vagas. Oportunidades.

Uma para a Universidade Patrice Lumumba, instituição moscovita destinada a estudantes do terceiro mundo em plena Guerra Fria. Nunca obtive resposta, talvez por censura já nos Correios.

A outra foi para Décio Piccinini, então diretor da revista Contigo. Ele não deve ter gostado do teor do meu pedido de emprego. Lembro que escrevi algo assim: "já que trabalhar na imprensa é inventar bobagens mesmo, quero radicalizar e escrever fofocas de artistas". Também fiquei sem resposta.

Eu teria  me contratado, otário.

Mas não é pra rir de uma pessoa que em curto período tenta ir para um núcleo comunista ferrenho ou para uma célula do capitalismo mundano?