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Ontem foi aniversário da nossa amiga Julie, que nos pediu de presente uma tarde de "vadiagem".  E assim, em plena tarde de sexta-feira, lá fomos (eu, Julie e Deni) cumprir este roteirinho:

15h10min - Ver o novo Woody Allen, Meia-noite em Paris. Delicioso.

Dali seguimos andando pelas gostosas ruas do que idiotamente chamam de "Batel Soho".

Entrei correndo na  Lou Papeterie e comprei para a Deni o Moleskine Movie da coleção Passion. Lindérrimo. Ela adora anotar os filmes que vê então merecia o regalito.

Sentamos no Hacienda Café, onde ficamos um bom tempo de prosa e comemos a melhor torta de banana da minha vida.

Voltamos ao Crystal para pegarmos os carros, não sem antes tentarmos, em vão, encontrar no cinema os óculos perdidos (nem tudo é maravilhoso em uma tarde de delícia). Lá se foi o Ray-Ban da Deni!

Em contrapartida, Julie parece ter gostado dos presentinhos de aniversário que levamos. Eu, sabendo como ela ama uma biografia, levei "Vida - Keith Richards", e Deni deu um pijaminha lindão da Jogê.

Bela tarde!

Hoje  @viledesma postou no Twitter uma foto da sua "floresta". Uma planta maravilhosa. Imediatamente perguntei se ele é do tipo que anda pelas ruas e vê uma mudinha "in natura", rouba, planta e dá certo. Vira frondosa. Algo como a minha Tia Jandira.

Ele repondeu que sim. E mandou links para dois artigos lindamente publicados em seu blog. Este e este.

Respondo aqui pois 140 caracteres não seriam suficientes. Vilmar, eu adoraria ser este tipo de gente capaz de transformar muda em árvore. Aliás... de reconhecer muda. Não sou.

Então fica o convite, "aproveitadeira" que sou: vem passar uns dias aqui em casa. Podemos criar o "Bois de Ledesma".

Olha o espação que ele teria:

Sobre o  kit anti-homofobia, que os fundamentalistas chamam de "kit-gay" não me manifesto pois não o vi com atenção devida. Mas tenho o maior orgulho de ter prestado serviço para uma escola que lidou exemplarmente com a questão há uns 10 anos, quando o tema nem em pauta estava.

Havia na escola um menino, com cerca de 12 anos, de trejeitos claramente afeminados. Seus coleguinhas começaram a tecer uma ou outra piadinha a seu respeito. Foi o que bastou para que a diretora pedagógica da escola imediatamente tomasse uma conduta, ao invés de fechar os olhos. Castigo? Bronca? Nada disso.

Ela locou o então recém lançado (no Brasil) filme francês  "Minha Vida em Cor de Rosa" e passou para os alunos. Passou para todos os alunos, em geral. E naquele mês o tema foi "diferenças".

O princípio de perseguição parou ali mesmo. Sem drama e sem consequências .

Este é um dos meus orgulhos: saber pra quem trabalho.

Saio de casa para encordoar uma raquete. Chego na loja que eu gosto muito, a Mundo do Tenista, e encontro por lá uma moça alta, magra e de longos cabelos. Uma tremenda pose de tenista russa, o que não seria impossível aqui no Paraná. Ela prova um, dois, três... todos os modelos lhe caem maravilhosamente bem.

Mas não é uma tenista russa e sequer polaca da baixada. Estava apenas procurando roupa para uma festa a  fantasia.

Sigo em frente. Almoço no Shopping Mueller. Vou no quilinho e, na minha frente, no caixa, uma menina toda coberta de "marca" não tem dinheiro para pagar seu prato. R$ 14,00. A moça pergunta quanto  tem de dinheiro e ela responde: "R$ 4,00". A fila não anda e me ofereço pra pagar. A caixa não deixa e alivia a conta da menina.

Ela, a consumidora, não percebeu que o R$ 3,50 do cartaz referia a 100 gramas e não a quilo.

O dia não termina. Quando chegou em casa encontro uma menina brincando na quadra de saibro com seu cachorro. E escrevendo no piso "sagrado" com um pedaço de pau. É uma "talagona" de uns 13 ou 14 anos, não uma criança. Aposto que nem BV é mais.

Meu Deus!!! O que estão fazendo com as mulheres?

Quem me dera ser a causa deste seu coração disparado que já tantas vezes nos fez correr para o ambulatório em madrugadas curitibanas e até uma tarde baiana. Que medo intermitente aflige esta alma e me impede compreendê-la?  Não há tempo e nem espaço para seu temor. Ele apenas persiste e às vezes parece existir por si mesmo, havendo se perdido da causa. Somente “um medo do medo que dá”.

E enquanto isso seu olhar me busca, noite após noite, meio que suplicando uma resposta: “isso vai passar”? “Você acha que vai ser sempre assim”?

Com sempre respondo positivamente a todas suas perguntas. Para acalmar seu apavoramento e porque acredito mesmo que vai passar. Porque acredito em você e na sua capacidade de se reinventar. E, sobretudo, porque não sei todas as respostas mas quero ser aquela pessoa que está ali para ser questionada. Porque eu quero estar ali, como tenho estado.

Este meu desejo basicamente parte do saber que a pessoa ofegante, taquicárdica, trêmula e de olhar e atos suplicantes não corresponde a sua totalidade. Não define quem você é. É só uma parte. Um período. Um estágio. Prolongado, talvez? Quem me conhece, como você, sabe que não me faço estas perguntas. Simplifico.

Acredito que depois de tanto elaborar, remoer, mastigar, conviver, sofrer, chorar, não chorar... de tanto viver este medo, um dia você vai olhar para seu reflexo num espelho qualquer e se jogar. Enfrentar definitivamente aquilo que assusta você. Simbolicamente, que seja. Ou não.

Eu não tenho as respostas que você busca mas quero que você continue me perguntando.

E se um dia você, para superar seu medo, decidir saltar da Pedra da Gávea em uma asa delta, desafiando tudo, a coisa mais certa de todas as coisas é que estarei na areia de São Conrado esperando você com uma água de coco. Ainda que no bolso esteja um Frontal, por garantia.

Porque afinal, onde está escrito que não se pode ter medo?

Eu tenho medo de dentista, de trânsito e de injeção. Vou ao dentista com Dormonid, ando no trânsito freando no carona e quase desmaio pra tirar sangue. Mas faço os três.

E acabo de perceber que talvez a resposta que eu posso dar a você, além do meu amor e suporte, é a seguinte: desista de curar o medo. Aprenda apenas a enfrentar. A viver “apesar” dele. Não dê tanta moral que ele um dia talvez fique quieto no canto dele.

Até cair no ostracismo.

Nada como um "quentor" neste inverno que inicia. Amor, lareira, vinho, sopinha, chocolate, cobertor...

A vida não me é ruim e se tem coisa que não sou é ingrata do tipo que fala "era feliz e não sabia".

Eu sei sim!

Olhada rápida nos guardados me fez encontrar antiga pasta com relatório da apresentação de Marina Lima em Porto Alegre, em junho de 1988. Era uma daquelas pastas com fotos registrando a produção do espetáculo para prestação de contas ao patrocinador do evento.

Comecei a correr as folhas da tal pasta e gente do céu! Só Marina e Philips resistiram. E com percalços, sabemos.

Dá uma olhada no que consta no ingresso:

1. Preço: Cz$ 700,00 - nem me lembro se isso era Cruzeiro, Cruzado ou Cruzado novo.

2. Local: Gigantinho - impensável um show da Marina no Gigantinho em 2011.

3. Apoio Cultural: Varig  Cruzeiro - sem comentários. Cadê?

4. Patrocínio: J.H. Santos - o grande magazine gaúcho repousa na ala das massas falidas há muito tempo.

5. Realização: Ello Promoções, que ficava na D. Laura - não aparece na primeira página do Google... então...

Mas ela estava no auge do canto e da formosura, isso é verdade.