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Ontem fiquei duas horas esperando meus pais na rodoviária, 1/4 do tempo em desespero para descobrir onde andavam aqueles dois que não chegaram no ônibus das 13h30, conforme informação que me passaram mas que não foi confirmada pela empresa: "com estes nomes não temos registros de embarque".

Liguei para a casa deles e a empregada/caseira disse que haviam saído. Restou-me aguardar o próximo ônibus e sim, lá estava os dois. Meu pai me passou email com o horário errado em duas horas.

Vingativa que sou, a foto acima diz tudo sobre o programa que arranjei para eles hoje à tarde.

Mó showzão! rsrsrsrs

Berlin Film Festival 2011 on Nowness.com.

Gente, eu sou do tempo em que se matava aulas para assistir a um ciclo de cinema polonês no velho Cine Bristol de Porto Alegre, num ponto da Osvaldo Aranha que sequer existe mais.

O que uma melancólica janela em tarde chuvosa descortina. E claro, um post do Wim Wenders publicado no Nowness. Ele não é polonês e nem me recordo de ter visto algum de seus filmes naquela sala. Mas Fassbinder e Herzog, mencionados no texto, vi muito.

Só para registrar.

Alguém já reconheceu ao se redor ou na timeline da redes sociais às quais está filiado uma pessoa CNN? Pessoa CNN é aquela que vive a irradiar "goodwill". Boa vontade, generosidade e solidariedade. Propaga informações da enchente do sul ao terremoto no Japão. Denuncia de espancamento homofóbico  na Paulista aos desmandos na Líbia.

Uma pessoa CNN está sempre engajada e alerta. Onde há mazelas, para lá estarão voltadas sua voz e seu olhar.

E tem tanta desgraça no mundo que a pessoa CNN não tem tempo pra meter a mão na massa. Ficar o dia inteiro mostrando ao mundo o quanto é preocupada com as questões humanitárias lhe toma tempo demais.

Ai esta pessoa acha fútil tudo aquilo que é pura diversão e relaxamento. Patrulha anti-BBB, pedra no Oscar, Fora Globo,abaixo a galera do RPG,  troll em qualquer @ "bobagenta"...

Quer dizer... tolerância e política de boa vizinhança só pra consumo externo.

É muito "bondade" e pouca ação pro meu gosto.

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Vange Leonel, que segundo sua própria apresentação no Twitter é "cantora, escritora, lésbica e feminista ciborgue", escreveu outro dia no microblog que não vive sem uma coçadinha nas costas.

Pra quê fui mostrar esta droga de postagem aqui em casa? Reclamei com Vange e ela sugeriu:

Só tem um detalhe. Temos um pacto pré-matrimonial. Como estas coisas de separação são muito desgastantes e aqui ninguém mais tem idade, saúde e tolerância para infindáveis discussões sobre erros e acertos conjugais passados... decidimos que se um dia nos separarmos isso será comunicado por símbolos. Por atos que materializam nossos desejos de separação de forma definitiva. Ícones genuínos e incontestes da falta de vontade (ou força) para suprir o desejo alheio.

Eu compro uma "mãozinha coçadora" e dou de presente. Isso deixará claro que meu tempo de "coçação" de costas acabou. Ao contrário, se eu receber um prato qualquer com azeitonas, o recado estará dado. Eu que vá comer empadinha sem azeitona em outra freguesia!

E que cada qual chore ou comemore pro seu canto.

Portando, se eu seguir o conselho da Vange é porque pedi pra sair e nem penso nisso.

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Nada tenho contra a data, ao contrário. Abre uma janelinha para o debate sobre as condições (ainda) desvantajosas da mulher e da forma como ocorre sua inserção na sociedade.

Não me considero fora do debate de forma alguma. Mesmo num universo hoje "dominado" por mulheres, o jornalismo, discriminação acontece, e muito. Certa feita, ao pedir demissão de um emprego e conversando com meu então patrão sobre quem poderia me substituir, ouvi: "ah, ele é muito bom mas homem eu tenho que pagar mais". Se tinha dúvida sobre se estava certa em pedir pra sair, ali isso acabou.

Isso posto, como diria antigo radialista do interior do Paraná, há uma faceta do Dia Internacional da Mulher que odeio. Detesto.

Porque diacho o comércio acha que eu gosto de produtos em cor-de-rosa? Entopem meu e-mail com ofertas pra Barbie alguma por defeito. Rosa não é cor, é castigo. Rosa é cor de "inha".

Só isso a dizer.

Um passeio no shopping e fui conferir as quinze últimas músicas que o aleatório do iPod mandou.

01. Rejoicing in the hands - Devendra Banhart
02. Living hell - Morcheeba
03. Überlin - R.E.M.
04. Drowning in love - Tok Tok Tok
05. VCR - The XX
06. (Am i just) Fooling myself - Eli Paperboy Reed & The True Loves
07. Nausea - Beck
08. You Gave Me Nothing (Featuring Rose Elinor Dougall, Andrew Wyatt) - Mark Ronson
09. Army of me - Bjork
10. After glow - Foals
11. How will I know - Steve Wonder
12. La chambre d'amis - Benjamin Biolay
13. If you never come to me (Inutil) - Sinatra e Jobim
14. Chère Trahison - Melissa Laveaux
15. Born to run - Bruce Springsteen

Não me envergonho de nada.

Sem drama, apenas registro de mais uma ironia materializada.

Todos meus amigos sabem que sou uma manteiga derretida. Costumo dizer que certos filmes só me fazem chorar uma única vez, dos 10min iniciais ao término dos letreiros. Gente! Só para terem uma noção, chorei em Outono em Nova York e não foi de raiva.

Eis então que minha última ida ao médico decretou que, entre minhas doenças esquisitas, acaba de se manifestar a tal de  Síndrome de Sjögren. É uma doença autoimune blá, blá, blá... que afeta as  glândulas produtoras de lágrimas e saliva.

Ou seja: minhas lágrimas estão secando! Não é incrível?

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P.S.: Calma. Minhas lágrimas, por ora, só diminuiram de qualidade, não de intensidade.  Devem estar na fase de "lágrimas de crocodilo".

P.S.2: Mais calma ainda. Gotinhas de lágrimas artificiais resolvem em qualquer etapa. No panic!

Os donos do bom gosto, do saber e da cultura voltam a atacar no carnaval, criticando ou zombando daqueles (ou aqueles) que curtem a festa.

Pessoalmente não gosto. Nem é que eu não goste. Quem me dera conseguisse ser feliz correndo atrás do trio elétrico. Neste ponto tenho até inveja dos foliões.

Mas consigo encontrar outras distrações para estes dias e me abster de detonar o gosto popular.

Simples e democrático assim.