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Sabe aquela mãe que sempre protege o filhote e a culpa de tudo são os outros? O filho é um anjinho mas as companhias... “fulana” que é danada e levou minha lindinha a transformar em inferno a vida da menina diferente da sala. E assim vamos consolidando esta cultura do “o culpado é sempre o outro”. O político, o síndico, o comerciante da venda... o outro. Qualquer que seja.

Nossa propina pro guardinha que ameaçava nos multar é só um “pra cervejinha”. O troco errado a mais que embolsamos é uma espécie de ressarcimento pela exploração do empresário ganancioso. O imposto que este mesmo empresário não paga é porque “de que adianta se vão roubar”?

Tudo conversa velha. Mas eu aqui no meu cantinho estou só esperando para ver a reação dos brasileiros de bem quando o relho e a bala do justiçamento sumário institucionalizado atacar pra cima deles. E vai. Porque será o dono do relho e da bala quem vai definir merecimento. E, como acredito, este negócio de a culpa ser sempre do outro não é bem assim.

Cada um de nós é o outro do outro. Vai sobrar pra você ou pros seus também.

Sábado à noite e a despeito dos convites, opto por um Belini, um livro e lareira enquanto meu jantar está em andamento.

Poderia estar numa festa, poderia estar namorando, poderia qualquer coisa. Mas estou absurdamente contente aqui neste momento.

That's all, folks!

Gente do céu! Deixei de ser a versão old-woman-piá-de-prédio e estou amando. Eu morava em um condomínio com casona, terrenão, quadra de tennis, piscina, tucanos, serelepes etc. Andava também num flamejante carro destes que todo mundo ama e acha lindinho. Então minha vida deu uma guinada, vou poupá-los e a mim dos detalhes sórdidos, e decidi colocar em prática algo que já vinha pensando há algum tempo: simplificar a vida.

Indico muito.

Achei apartamento num prédio antigo, caído, o barriga negativa em termos de luxo. Porém reformado por sua antiga proprietária, uma arquiteta que recomendo, e feito sob medida para minhas necessidades. Num bairro muito próximo ao centro e com tudo perto. Muito perto. Tão perto que passei a fazer quase tudo andando. Em Nova York as pessoas moram assim e os brasileiros "moderninhos" acham cool. Aqui não sei...

Ao invés de um personal indo em casa, passei a frequentar pequeno estúdio a dois quarteirões. As aulas são em duplas e pago 50% do que pagava antes. Na frente do prédio tem um salão com excelentes manicures e pedicures. Vou até lá de chinelinhos. Lindo. E outro dia meu fiel pau-pra-toda-obra falou que eu precisava trocar o sifão da pia do banheiro e tão somente atravessei a rua para comprar um na mercearia que tem de tudo, tipo aqueles antigos armazéns.

Mesmo o tennis, minha paixão eterna, não sofreu. Para jogar saí do isolamento a que me submeti por anos e ingressei em um grupo com mais de 30 mulheres tenistas. E num raio de no máximo 2 quilômetros existem três academias com professores e quadras de aluguel. Banco e todo tipo de comércio próximos, ao mesmo tempo em que minha rua é muito tranquila, entre avenidas de maior movimento.

Padarias artesanais, restaurantes de diversos tipos e de etnias variadas, bares...

E já que não ando mais tanto de carro e nem estou disposta a gastar uma viagem a Paris por ano entre IPVA, seguro e revisão, troquei meu automóvel por um mais em conta. Até agora muito satisfeita porque vamos falar a verdade... se um carro fosse responsável por minha felicidade aí sim eu estaria encrencada.

Agora o melhor: nestas andanças todas pra cá e pra lá eu interajo com as pessoas, algo que num condomínio afastado de tudo eu não fazia mais. Falo com o gari, já estou amiga do cadeirante que vende sacos de farinha na esquina da academia, do moço do lava-car e converso com gente de universo que vai além dos laços profissionais/mercantis.

Não tenho mais (e nem componho) entourage, só amigos com quem mantenho relações de igualdade. Gente que combina, cotiza e faz a festa. Que se empenha em me apoiar nesta nova vida por nada. Só porque eu sou legal.

Até um  novo trabalho tem me mobilizado. Algo diferente, novo para mim. Instigante.

Uma vida real que permite que eu não deixe de fazer as coisas que amo mas de forma "sustentável" e mais humana.

O que eu fiz está lá. Tenho muito orgulho de minha capacidade construtiva. Se fui capaz de construir paredes, muito mais prazeroso me erguer.

Faz um bem enorme, sobretudo por não ter deixado para trás rastros de indignidade.

"tenho uma vida branca
e limpa à minha espera" (Ana Cristina César)

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Perda total em dois notebooks da sobrinha. Bons eles. Um Dell i7 e um Samsung i5. O Dell teria reparo mas troca tela, peça etc... mais barato comprar outro. O Samsung teria que trocar a placa mãe, o que igualmente inviabilizaria. O problema do último é que não permanecia ligado.

Duas assistências fizeram um tal superaquecimento para ver se soldavam sei lá o que... e nada. Melhor recolher a tralha.

Chata que sou, fiquei em casa revirando o treco. Eis que num instalo Windows 7 e bingo! Funciona. Concluo que ele só opera em 32 bits mas percebo que será difícil conviver com as mensagens chatas de atualização da Microsoft e sobre o fim do suporte aos produtos. Windows 8 e 10 nem pensar, travam novamente (e falamos aqui de um i7 com 8 megas de memória e HD de 1T).

Eis que num lampejo vou buscar na memória como se instala e configura um Linux e uau! Ainda que na casa dos 32 bits... deu certo mesmo com a relatada dificuldade de rodar Netflix e Spotify em arquitetura Linux 32. Fui buscar tutoriais para "fixar" estes aplicativos fundamentais e estou com uma máquina ressuscitada em minha frente.

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Mais que isso. Um notebook mais rápido que o meu. E tudo de graça. Todos os softwares que o futuro usuário necessita for free.

Inevitável lembrar do Sr. (#fora) Temer e os motivos que o levaram a abandonar o software livre.

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Meus dois melhores testemunhos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro:

Sim. Filmei e vibrei com o salto vencedor do Rafael. Desculpem o encerramento desastrado.

E também assisti ao jogaço entre Andy Murray e Juan Martin Del Poltro.

IMG_4696

novidades-nas-olimpiadas-rio-2016-4Sendo bem didática e para não restar dúvidas sobre o que penso:

  1. Acho Jogos Olímpicos super bacana. Dou o maior valor aos atletas e respeito muito os projetos de vida, os sonhos e os ideais olímpicos deles.
  2. Fico penalizada com a desorganização e a roubalheira que envolve montar uma estrutura para evento deste porte.
  3. Penso, contudo, que todos países, pobres e ricos, podem e devem ter  oportunidade de serem anfitriões de Jogos Olímpicos.
  4. Mas de receber com o que podem. Os equipamentos esportivos, evidentemente, devem estar disponíveis. Com qualidade. Hotelaria padrão básico. Cada delegação, se quiser e puder, que banque seu conforto ou luxo, como queiram.
  5. Sobretudo, coloco no Comitê Olímpico Internacional a culpa sobre o que não está certo. Eles que ficam torrando para ter isso e aquilo. E embolsando em parceria com seus chefetes locais.
  6. Jogos Olímpicos não são concurso de Vila cool, prédio bacanão etc.
  7. Se o que o Brasil pode oferecer é isso. Ok. Se Tóquio pode bancar hightech, perfeito. Se a Namíbia quiser recepcionar geral, lindo.
  8. Exigir passo maior do que as pernas é o que não está certo e dá margem às safadezas.

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Os dias ficam mais acinzentados e, talvez por isso, os tucanos voltam a surgir em maior quantidade.

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Em busca de árvores nativas grandinhas para replantar. As nossas estão já velhas e comprometidas. Impensável tirar este "pit stop" dos tucanos, serelepes, caturritinhas etc.