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Sou medrosa, não burra

Duas vezes por ano recebo requisição para exames de sangue. Não um ou dois. Muitos. Vamos estabelecer que a colheita feliz rende uns 10 tubetes do meu sanguinho.

E eu morro de medo de agulha. Eu vou porque mais do que medo de agulha, tenho medo de ficar doente de verdade. Então um dia acordo e vou lá.

Chego no laboratório e aviso que tenho medo e que, por favor, me entreguem às mãos mais experientes da casa. Conto que minhas veias somem e que em geral a primeira tiradora amarela, sendo necessário chamar a fod*na do pedaço.

Peço pra otimizarmos o processo sugerindo que já chamemos a mestre.
Mas nunca... jamais me dão ouvidos.

Hoje não foi diferente. Fiz o discurso introdutório, entrei na sala, expliquei que chego a desmaiar, em vão. Mandou eu deitar e tentou braço esquerdo, braço direito. Nada. Mandou abrir e fechar as mãos. Nada.

Saiu e foi buscar a tal poderosona. Tenta aqui, tenta ali. Deu. Lá se vão os 10 tubetes.

Fico branca e tonta. Não desmaio. Mas porque diacho não acreditam no que falo e me economizam? Sou medrosa mas não ao ponto de perder a percepção da realidade.