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A Hora da Vingança

Sou mais uma vítima dos indefectíveis amigos ocultos de final de ano.

Fãs de Torre de Babel, considerem-se vingados. Depois de declarar publicamente o que penso da novela em diversas colunas, vejo minha reputação ameaçada por algo que envolve a trama de Sílvio de Abreu. Sou mais uma vítima dos indefectíveis amigos ocultos de final de ano. A pessoa cujo nome estava escrito naquele papelzinho de aparência inocente pediu-me o CD Torre de Babel Internacional. Não poderei comprar em minha loja favorita, é claro. Lá todos me conhecem e, quando entro, me cercam mostrando as novidades off-FM de que tanto gosto e que, evidentemente, nem de perto passam por trilhas sonoras de novelas. Não usarei cartão de crédito pois no mês seguinte ainda estaria lembrando este ato aviltante.


Isto é castigo... mas tudo bem. Cumprirei com galhardia meu desígnio.


Este negócio de trilha de novela é engraçado. Os caras conseguem reunir os nomes mais obscuros, ou ressuscitar os mortos. Na novela Pérola Negra, do SBT, por exemplo, o verdadeiro fantasma não é a mocinha morta que aparece para conversar com a amiga viva. É Paulo Ricardo em sua interpretação "tem geeente" da abertura. Atualmente a única produção nacional com trilha impecável é Mulher, da Globo. Sambas da melhor qualidade, que jamais ganharão espaço no hit parede da emissora, que prefere encher de azeitona o pastel dos pagodeiros.


Mudando de assunto, mas continuando no tema drogas, vocês viram o Você Decide da maconha? Coisa mais ridícula. Absurda. Vejamos o que captei nos dois minutos que consegui assistir...


"Nerso da Capitinga" é um interiorano simplório que planta maconha para um grupo de espertinhos pensando se tratar de remédio para sei lá o quê. Seu primo (pobre Daniel Dantas) fica preocupado pois o matuto pode se meter em encrencas com a polícia. A grande questão: o primo deve entregar "Nerso da Capitinga" para a polícia ou não? Você Decide.


Ai que polêmica!! Bem imagino o pensamento de quem produziu esta maravilha.


Vamos ver o que o povo pensa sobre a maconha mas não vamos chegar ao extremo de apresentar um qualquer que use a droga e que, apesar disso, mantenha sua vidinha correndo normalmente até que um primo defensor da legalidade - ou que acredite realmente estar preservando a saúde física e mental do parente – fique na dúvida se o entrega ou não.


Isto seria demais. Não é permitido pelas regras vigentes simplesmente apresentar um quadro como este e então os produtores têm a brilhante idéia de tornar a questão uma piada absolutamente inverossímil, que talvez só ganhasse alguma credibilidade se apresentada por Bussunda & Cia.


São casos como estes que acirram minha discussão com os amigos e, principalmente, com o editor do Baguete. Acho este nome de minha coluna, Telemania, um tanto impróprio para meu caso. Sugiro a mudança imediata para Telemanóia. Mas sem prejuízo da legião de admiradores que me tem em seus bookmarks.