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Quem está próximo a mim sabe que desde julho ando sofrendo uma dor desgraçada no cotovelo. Não é inveja... é a famigerada epicondilite lateral, ou tennis elbow, ou cotovelo de tenista, como queiram. De qualquer forma uma dor fdp que algumas vezes se irradia por todo antebraço e noutras se trasveste de agudinha e vai direto ao ponto. Ambas bem doloridas, além de alternadamente constantes.

O tratamento tradicional para esta porcaria tem quatro indicações: fisioterapia, anti-inflamatórios, infiltração e cirurgia. Fiz duas séries de fisioterapia, tomei diversos tipos de anti-inflamatórios (dos moderados aos com opiácios) e nada melhorou. A etapa da infiltração com corticóides foi descartada, visto ser apenas paliativa e de elevado risco. A cirurgia então se apresentava com a última alternativa.

Confesso que quando me indicaram cirurgia fiquei contente. Não conteeeennnnteee mas é que eu estava fazendo qualquer negócio pra parar com a dor. Se me mandassem comer azeitonas, coisa que mas destesto comer na vida, talvez até aceitasse.

Mas como internet e suas redes sociais não servem apenas para denunciar, mobilizar passeata, paquerar, fofocar e procrastinar, encontrei uma possibilidade mais razoável para minha reabilitação. Ela veio através do twitter do Jairo Garbi (@JairoRaquetes), da Tennis Pro Shop. O cara entende muito de raquetes de tênis e é sobre elas que escreve no microblog. Uma vez perguntei a ele qual seria uma raquete mais indicada para mim e depois, no auge do meu "calvário" perguntei se ele poderia me indicar algum médico especializado no tratamento do meu problema. Sem pestanejar me sugeriu uma visita ao Dr. Rogério Teixeira da Silva.

E lá fui eu, não sem antes me informar. Ele é mestre, doutor bla bla bla. Tudo ok no Lattes. E trabalha com tenistas. Falei com meu médico em Curitiba e ele me deu apoio, ressaltando que eu poderia voltar de São Paulo  com o problema resolvido.

Viajei no final da manhã de quarta-feira  e às 15 horas estava na frente do Dr. Rogério, munida de ressonâncias e outros exames mais. Fez testes no meu cotovelo, olhou os exames e disse que 80% dos casos em estágio similar ao meu dispensam cirurgia com a aplicação de PRP. Perguntei qual o prazo para recuperação e falou que, em tudo dando certo, no final do ano estarei na quadra.

Não vou ficar me alongando sobre o que é PRP - Plasma Rico em Plaquetas, pois isso está muito bem explicado no blog do Dr. Rogério  e até em vídeos no Youtube. Resumidamente o PRP usa as plaquetas do sangue para acelerar o processo de cicatrização dos tecidos. O método tem várias aplicações comprovadas, sendo que no tratamento de epicondilite já há até publicações de primeira grandeza.

Feitas então as explicações necessárias perguntei quando poderia ser feita a aplicação e quanto custaria. Para minha sorte o procedimento poderia ser encaixado no "lote" daquele dia mesmo. E para meu azar médico e  "brincadeira" não são cobertos pelo meu plano (ou qualquer outro). Não é barato mas digamos que custe um valor que compensa uma cirurgia e todos suas consequências com sobras. Somando consulta + laboratório + anestesista + aplicação... dá perto de R$ 3 mil.

E lá fui eu. A coisa é muito simples. Tirei sangue, aguardei uns 10 minutos para a centrifugação e separação das plaquetas e parti para a sala com um aparelho tipo o de ecografia. Deitei e aplicaram anestesia local no braço. Esperei uns minutinhos para que fizesse efeito enquanto conversamos sobre tênis, quadras, raquetes (todos tenistas ali, médicos e fila de pacientes). A "coisa" começou. Injetam as plaquetas seguindo a imagem. Não senti dor mas sempre me incomodo com agulhas. Quando perguntei para o médico quanto tempo levaria ele respondeu: "já acabou". Deve ter demorado uns 5 minutos.

Sai de lá com as seguintes recomendações: 1 comprimido/dia de Milgamma que me ajudará a eliminar a memória da dor e apertar uma bolinha de tênis 3 vezes ao dia até iniciar nova sessão de fisioterapia (amanhã, 11/10). Pelo que sei a fisio terá fases de analgesia e depois de recuperação da força.

Nos dois primeiros dias senti dor alguma.  Hoje estou com um pouco de dor mas escrevi para ele, com a seguinte resposta:

"É normal sentir essa dor sim, faz parte do início do processo de reparação do tecido. A dor normalmente é em toda a extensão do tendão, que vai desde o epicôndilo (pontinha do osso no cotovelo) até a parte mais proximal do antebraço. Não se preocupe, ela vai cedendo aos poucos com a fisio".

Uau! Ele, o médico, responde e-mails de pronto.

Estamos bem, assim.

Até o próximo relato. Espero que positivo.

Para quem se inicia no mundo do tênis... o sérvio Janko Tipsarevic. Vejam o video e me digam se precisava o photoshop ali de cima.

Hoje acordei e bateu vontade de dar uma pedaladinha num caminho que fazia a partir de um antigo apartamento em que morava. Estacionei o carro aos fundos do Museu Oscar Niemayer, ao lado do "cachorródromo", e parti rumo ao Parque São Lourenço, atravessando o lindo trajeto do Bosque do Papa (abaixo).

Saindo do Bosque do Papa, pela ciclovia, andei através da Rua Cecília Meireles. Havia esquecido do meu velho sonho de ter uma carta endereçada para

Márcia Mendes Ribeiro
R. Cecilia Meireles, nº XXX
Curitiba - PR

Seria tão lindo. Pro meu gosto só perderia para ter um endereço na R. Sofia (sabedoria) Veloso, em Porto Alegre. Mas isso são poemices desta boba aqui. Melhor seguir o trecho.

Vale dizer que o percurso mudou muito desde a última vez que o percorri. Ao longo da ciclovia as velhas casinhas foram substituidas por novas e cuidadas moradias. Ficou tudo tão lindo! O prazer de morar colado a dois parques sem a "metidez" de ter de ser perto do Barigui e sua especulação imobiliária megalômana. Parabéns a quem construiu ali.

Finalmente cheguei ao Parque São Lourenço. Vazio. Acho que Dia dos Pais chama pra cozinha e não para os parques.

Eis  abaixo o resultado do breve passeio. E depois algumas observações.

1. Foi a primeira saida de rua da bicicleta dobrável e posso dizer que ela suporta bem mais do que eu imaginava. Compensa as rodas pequenas e as suas poucas marchas (são seis) com leveza. Subi pequenas e médias elevações sem problemas.

2. Não preciso de ciclocomputador nela pois o GPS do telefone, com o programa Endomondo (detalhe acima) dá conta do recado com sobras. E além de tudo, com uso do fone, o programinha (a espaços de tempo pré-definidos) vai falando distância percorrida, tempo e velocidade. Sensacional. Inclusive as informações coletadas são armazenadas no site da Endomondo e sobrepostas a um mapa. Lembro quando trabalhei para o GIS Brasil e toda aquela falação sobre georreferenciamento parecia ficção.

3. Sintonizei o rádio do telefone na Lumen FM e descobri que é ótimo pedalar ao som de sambalanço. Depois da sala de espera, mais uma utilidade pro pessoal da Trama. Ah... o Endomondo corta a música para dar as informações mas isso não chega a irritar.

4. O passeio deu uma boa amenizada no afastamento do tênis (cotovelo MUITO melhor mas ainda em resguardo)

Era isso. Agora tomar banho e almoçar.

Ah! Sei que tem gente sem braço, sem perna, sem dinheiro pra tratamento e remédio, sem alguém pra acompanhar. Sei também que existem outros com tudo isso, porém sem chance de cura.

Ocorre que sou filha única mimada que não fez o rito de passagem para a condição de mãe... continuo filha. E isso me concede o patológico direito de dizer que estou PUTA DA VIDA  com a bosta do meu cotovelo que não melhora e que dói pra cacete e me restringe um monte.

E como, apesar disso tudo, tenho um mínimo de consideração por mim e pela humanidade, decidi me ausentar das redes sociais por um mês para que meu mau humor não me ponha a destilar veneno entre aqueles que aprecio.

E, ainda, considerando que não vou parar de escrever, dirigir, comer, escovar os dentes, pentear cabelo e atividades afins... resta deixar um pouco de lado os smartphones de todo tipo.

Vou me empenhar. Ou tentar.

Como sempre faço durante os principais jogos dos torneios de Grand Slam, hoje assisti Federer x Tsonga em companhia dos tenistas da minha TL no Twitter. Normal.

E Federer perdeu, o que me deixa rapidamente triste e profundamente irritada. Então postei o seguinte:

Piada. Gracinha. Tanto que recebi respostas de apoio. Dentre elas:

Mas... o SAC da Sky deve ter um robô que vasculha as menções ao nome da empresa e, numa demonstração de total falta de interesse em ver o que realmente acontecia, mandou esta:

Bom. Já que é assim, vamos lá:

1. Fim da cobrança de pontos extras;
2. Tire da minha grade os canais que eu não tenho. Chatice ficar passando pelos HDs se não os assino;
3. Acabem com o delay do novo controle remoto. O anterior era mais rápido;
4. Coloquem no site a data de vencimento dos pontos VivaSky para que possamos controlar as trocas;
5. Contratem um analista de rede social mais esperto; e,
6. Liberem os canais étnicos, sem ônus, para o meu pacote que já é bem completo.

 

Se lembrar de mais alguma coisa eu falo.

 

OBS.: Analista da Central de Atendimento me ligou, muito atencioso, mas apenas tentou justificar os pontos acima.

A ver:

1. Fim da cobrança de pontos extras;

Ele fala que a Sky não cobra ponto extra mas apenas aluguel do software e sei lá mais o que. Eufemismo, pois. De qualquer forma entendo que a Sky poderia muito bem fazer chegar um ponto aqui na minha casa e eu que o distribuisse por onde quisesse dentro da unidade habitacional. Como em hotéis, por exemplo.

2. Tire da minha grade os canais que eu não tenho. Chatice ficar passando pelos HDs se não os assino;

Segundo a Sky, isso se deve ao fato de eu ter um equipamento HDTV sem o pacote HDTV. Me parece que um software meia-boca (o que eu pago acima) seria capaz de gerenciar isso facilmente, não?

3. Acabem com o delay do novo controle remoto. O anterior era mais rápido;

Muito engraçada a resposta. Como eu tenho um equipamento mais sofisticado... demora mais. Hahahaha É como dizer que um notebook i7 é mais lento que um Core Due por ser mais sofisticado.

4. Coloquem no site a data de vencimento dos pontos VivaSky para que possamos controlar as trocas;

Aqui há uma coisa estranha. Segundo o VivaSky a cada 1 real pago o cliente recebe 2,5 pontos de bônus. Significa que aqui em casa, onde pagamos em média 215, ganhamos por mês 537 pontos, que vencem a cada 12 meses. O prêmio mais alto custa 10 mil pontos. Considerando que em um ano posso acumular 6444 pontos. Ou seja: eu jamais poderei ganhar o prêmio máximo. Sabe aquela barraquinha do parque cujo prêmio máximo está em uma garrafa mais larga que a argola???

5. Contratem um analista de rede social mais esperto; e,

Claro... era uma piada. Ele não foi pesquisar e já veio me procurando.

6. Liberem os canais étnicos, sem ônus, para o meu pacote que já é bem completo.

Mera reivindicação de quem já paga uma "fortuna" por mês e nem está pleiteando o HDTV.

Saio de casa para encordoar uma raquete. Chego na loja que eu gosto muito, a Mundo do Tenista, e encontro por lá uma moça alta, magra e de longos cabelos. Uma tremenda pose de tenista russa, o que não seria impossível aqui no Paraná. Ela prova um, dois, três... todos os modelos lhe caem maravilhosamente bem.

Mas não é uma tenista russa e sequer polaca da baixada. Estava apenas procurando roupa para uma festa a  fantasia.

Sigo em frente. Almoço no Shopping Mueller. Vou no quilinho e, na minha frente, no caixa, uma menina toda coberta de "marca" não tem dinheiro para pagar seu prato. R$ 14,00. A moça pergunta quanto  tem de dinheiro e ela responde: "R$ 4,00". A fila não anda e me ofereço pra pagar. A caixa não deixa e alivia a conta da menina.

Ela, a consumidora, não percebeu que o R$ 3,50 do cartaz referia a 100 gramas e não a quilo.

O dia não termina. Quando chegou em casa encontro uma menina brincando na quadra de saibro com seu cachorro. E escrevendo no piso "sagrado" com um pedaço de pau. É uma "talagona" de uns 13 ou 14 anos, não uma criança. Aposto que nem BV é mais.

Meu Deus!!! O que estão fazendo com as mulheres?

Já comentei por aqui que decidi desobedecer toda ordem médica e voltei a jogar tênis uns 25 anos depois da minha última raquetada. Pois digo que fiz muito bem.

Em apenas dois meses os progressos são incríveis. Ontem, jogando com um sobrinho de 28 anos, alto e fortão, mantive a bola em quadra por tempo muito superior ao que conseguia no início do retorno. Conseguia correr mais do que supunha ser capaz. Cheguei em bolas que antes nem motivavam o arranque.

As articulações, motivo dos médicos me desaconselharem qualquer exercício com impacto, respondem muito bem. Pra falar a verdade, acho que as dores estão diminuindo.

É claro que não sou louca e só jogo no saibro, uso tênis de boa qualidade, raquete de bom material e investi em meias que são praticamente amortecedores. Comprei uma joelheira mas, sinceramente, não sinto mais necessidade dela.

E o que isso tem a ver com quem porventura esteja lendo este post? Nada. Só mais um exemplo de que se pode mais do que se pensa.

E que ninguém sabe mais dos nossos limites que nós mesmos.