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Pensando alto

Esta semana arranquei dois dos três pés de tomate que havia plantado. Já sabia, por conta de meus tempos de agrojornalista, que tomates e morangos não se criam sem agrotóxicos ou a paciente aplicação de insumos, naturais que sejam. Cansei.

Não cansei fisicamente, mas mentalmente. Todo dia eu ia olhar minha horta e, ao invés de vibrar com a lindeza das alfaces e chicórias, com a maturação de todas as ervas, o crescimento firme dos brócolis, rúculas e alhos-poró... me deprimia olhar para a ferrugem nos tomateiros. Era desolador ver o não-desenvolvimento dos dois pés.

Arranquei a ambos, pois.

E então fiquei pensando se esta minha decisão denotaria característica de minha personalidade. Tá difícil: aborta. Hummm. Será?

Conclui que tenho bom senso. Insisto com aquilo que vale a pena e largo o que não tem tanta importância assim. Como deve ser.

Fiz a horta como hobby e para ter produtos frescos e disponíveis. Não para ralar e sofrer em busca de resultado.

Para isso há muito mais na vida. Coisas pelas quais vale muito mais a pena lutar e as quais não queremos e nem podemos abandonar.

Absolvo-me do crime!